quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Emanuele super-poderosa

Aqui no bairro tem um salão: o xanadu. Outro dia, carente de uma escova e de um esmalte, entrei e pedi socorro. Consegui um horário entre a auto-escola e a oficina de costura. Cheguei, meio esbaforida, meio frustrada  (deu pane no sistema do detran e não consegui assistir a aula porque minha digital não foi reconhecida). Cheguei pontualmente no horário marcado. Cheguei e a cabelereira ainda estava terminando um cabelo. Cheguei e a manicure olhou pra minha cara, mas resolveu começar a fazer a unha de uma senhora, que não estava marcada. E comentou que seria rápido. Logo pensei: ok, sem digital, sem unha feita, no problem.

A cabelereira logo desceu. Começou a lavar meus cabelos. Enquanto as unhas dela me machucavam, eu ouvia as outras manicures e cabelereiras fofocarem, falavam umas das outras, das clientes, até da sombra. Minha irritação com a manicure que desdenhou de mim me fez achar aquilo tudo o ó! Estava jurando pra mim que nunca mais colocaria os pés naquele salão. 

A escova estava sendo feita, a fofoca rolando solta, o veneno tomando conta de mim. ficava me prometendo que na hora que a manicure viesse me atender, eu iria dispensá-la com algum desaforo. Faltando uma mecha pra escova terminar, a manicure veio. Baixinha, com uma cara bem enfezada, arretada, ela sentou na minha frente e pegou minha mão com atitude. Minha decisão de dar um desaforo murchou. Não tive coragem. Me resignei. Tirei meu esmalte da bolsa, o verdinho das meninas super poderosas. Mas conversando comigo mesma,  jurei não voltar mais. 


Enquanto fazia minha unha, ela falava sem parar. Contava as aventuras da neta dela, a Emanuele. E gente, a Emanuele apronta. Com 14 anos, a menina dá volta em todo mundo, menos naquela avó arretada. Fui ficando cada vez mais interessada nas histórias da adolescente arteira. Por fim, a manicure me conquistou. Saí de lá achando aquele salão o máximo. Um pessoal descontraído, conversador. E saí não só decidida a voltar, mas ansiosa por isso.  Queria saber mais aventuras da Emanuele!

2 comentários:

  1. Ai prima! Esse é o perigo dos salões de beleza. Penso que quem trabalha neles faz algum curso secreto ou participa de alguma irmandade igualmente secreta. Entramos sempre "gatas-borralheiras", mas ao mesmo tempo mulheres modernas que não têm tempo pra saber da DIVA (Departamento de Interesse na Vida Alheia)" e saímos de lá até com vontade de acompanhar Avenida Brasil.
    Aff! Felizmente, como o esmalte ou uma simples escova (já que as "agressivas " duram mais), tais sentimentos duram pouco...bem, pelo menos até a próxima semana.
    Bjm

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  2. Mas na próxima semana, quando vamos de novo ao salão, eles se renovam...rs

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Obrigada pela visitinha à minha petite maison :)