sábado, 15 de dezembro de 2012

Assim sou eu.

Já estou, há muito tempo, depois dos quinze.
Já sou, há algum tempo, balzaquiana.
Mas sinto que sou mesmo é criança.
Tenho uma vitrola e uma máquina de costura.
Gosto de gato mas queria ter um cachorro.
Acordo cedo e olho o céu.
Amo café e a minha cafeteira é um dos meus bens mais preciosos.
Como Arnaldo Antunes escreveu e a Marisa Monte também cantou, sinto que "nunca acaba de caber mais dor no coração".
Mas também sinto que também nunca acaba de caber mais amor no coração e essa é a minha fé.
Sonho em ser o brotinho de Paulo Mendes Campos, pra saber esvaziar o sentido das coisas que transbordam de sentido, mas também dar sentido de repente ao vácuo absoluto. 



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Sad girls

Agora mesmo, durante minha diária navegação matinal, conheci "sad girls". É um zine - fresquinho, fresquinho, a primeira edição acabou de sair. 

A apresentação dele diz assim:  Sad Girls is a zine featuring work by girls who make things and have lots of feelings. First issue is out now, more to come. 

No meu mundo, eu traduzo isso como "Sad Girls é um zine que mostra o trabalho de garotas que têm atitude (aquelas que vão lá e fazem as coisas, põem a mão na massa) e carregam um caminhão de sentimentos. A primeira edição saiu agora, nesse minuto. E vem mais por aí."

Super-me-identifiquei. Já sou seguidora no twitter e no tumblr.  E me segurando para não gastar dinheiro na lojinha do etsy.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Eu quero!

Girly Things  é o blog da Cris e, como o próprio nome diz, está recheado de "coisas de garotas".

Como é escrito em português, eu sempre sinto como se a Cris estivesse aqui bem pertinho e, muitas vezes, me esqueço que ela posta suas belezuras do outro lado do Atlântico para o mundo.

Foi assim que ao me deparar com esse post, mandei imediatamente um e-mail pra Cris. Assunto: EU QUERO! E a resposta me lembrou que ela morava em Portugal. Mas, meu mundo não caiu! Eu já tinha decidido que queria o quadro da volta ao mundo na minha estante. E a Cris foi super atenciosa, vendo quais as melhores possibilidades de eu pagar menos frete. Simpatia pura!

Depois de vários e-mails e um oceano atravessado, o quadro chegou aqui na minha petite maison. E eu tive a honra de ser a primeira pessoa no Brasil a ter uma produção da Cris. Olhem o recadinho dela:
















E agora na minha estante:


O que eu quero mesmo é dar a volta ao mundo. Olhar pra esse quadro é como olhar pra um sonho. E quando chego em casa, olho pra ele, sinto um apertinho no coração, solto um suspiro e falo em voz alta: será?

Ah, o Girly things também tem uma fanpage no facebook. É só ir lá curtir e seguir acompanhando a Cris. E espero que a minha petite maison não seja a única a ter um quadrinho da Cris, mas que as girly things produzidas por ela continuem atravessando o Atlântico.



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O vagão dos extremos


Entrei no metrô e todos começaram a aplaudir.
Delírio: por que estão me aplaudindo?
Realidade: não era para mim.
Os aplausos eram para três rapazes, músicos.
Estavam todos tão felizes, os rapazes instrumentistas e os demais passageiros.
Alguns até dançavam.
Encostei num canto e comecei a ler meu livro


Enquanto lia Julie Powell descrever como se extrair tutano de um osso de boi, a música ao fundo carregava de dramaticidade o momento e um nó na minha garganta se formava. Olhei pra aqueles meninos e fiquei com raiva,  pensando que o ambiente composto pela música de fundo e a leitura sobre o tutano provocariam lágrimas. Minhas lágrimas. Não que isso nunca tenha me acontecido antes (chorar em transportes públicos), mas sempre é uma experiência pouco edificante. 

Para não pairar dúvidas sobre a minha sanidade, dado que a descrição de como extrair tutano de um osso quase me fez chorar, vou transcrever o trecho para provar que tutano pode fazer chorar:

"O barulho da raspagem era terrível - como se eu  pudesse senti-lo nos meus próprios ossos. Uma metáfora relativa a exploradores das profundezas selvagens da África não parece fora de propósito aqui - havia um traço de O coração das trevas em toda essa situação. Afinal de contas, existe profundeza maior do que o interior de um osso? Ele é o centro do centro das coisas. Se tutano fosse uma formação geológica, ele seria o magma sob a terra. Se fosse uma planta, ele seria um musgo delicado que cresce apenas nos rochedos mais altos do monte Everest, com flores brancas muito pequenas durante três dias na primavera nepalesa. Se fosse uma memória, ele seria sua primeira, a mais dolorosa e reprimida, aquela que fez de você o que você é."

Foi isso que me fez engasgar. O convite a vasculhar meu arquivo de memórias à procura daquela que fosse a mais dolorosa e reprimida. Enquanto eu fazia isso, me perdendo em devaneios e quase soluçando em pleno metrô, os outros passageiros, embriagados pela música, buscavam trocados em seus bolsos e presenteavam os rapazes.

Eis que durante um pequeníssimo intervalo, entre uma música e outra, um senhor e um menino entraram no vagão. O senhor, de voz imponente, começou a descrever suas mazelas, iniciando por uma cegueira recém adquirida. Vi um dos rapazes músicos cutucar outro e inclinar a cabeça em direção ao senhor. Rapidamente, antes que o sinal de fechar as portas apitasse, os três saíram correndo daquele vagão e entraram em outro. Foram tocar suas músicas para outro público, não queriam competir com o senhor cego. Me lembrei, imediatamente, de "Circular", curta de Clarisse Vianna que conta o embate entre um vendedor de canetas, um vendedor de balas, um cego e um assaltante  na disputa pelo público de um ônibus.

Circular
Enquanto o senhor enumerava suas doenças quem iam de pressão alta a esquizofrenia, os sorrisos iam dando lugar a olhares para os próprios sapatos. Parecia haver um certo constrangimento pelos momentos de alegria vividos até segundos atrás. E creio que, sem saber do que acontecia naquele mesmo vagão antes dele entrar, aquele senhor conseguiu capitalizar involuntariamente em cima da situação. Suspeito que algumas daquelas pessoas ofereceram trocados ao senhor como impelidas por uma obrigação em fazer pela tristeza o mesmo que haviam feito pela alegria. E assim, quase o vagão inteiro encheu os bolsos do senhor de moedas e notas.

Dentre todas as doenças que percorreram o vagão naquele dia, eu, que andava suscetível pelo tutano, fantasiei sobre uma. Aquele senhor nos contou que tinha um coração grande e que, por ser tão grande, se mexessem nele, ele morreria. Fiquei pensando que isso era até poético: ter um coração tão grande e tão ocupado, que se alguém tentasse mexer nele, ele explodiria, como uma bomba. Poético e trágico ao mesmo tempo.

Acredito que aquele senhor não compartilhava do meu delírio, e não devia achar nem um pouco bonito ter um coração grande, um coração bomba.

E assim, a Cinelândia chegou, eu desci, e o metrô que carregava um vagão de extremos seguiu seu caminho.




terça-feira, 9 de outubro de 2012


Minha petite maison adora um ar retrô e anda suspirando por essa máquina de escrever e por esse gramofone.

para Marcelle se defender da TPM

Sabe a Marcelle?
Uma vez eu vomitei na bolsa dela. Pois é.
Mesmo depois disso, Marcelle ainda me carregou para casa, cuidou de mim, me colocou para dormir.
No dia seguinte, me deu café e não me contou que meu vômito tinha deixado vítimas fatais: o celular dela.
Um dia, a Mariana, irmã da Marcelle, fez os cálculos do quanto eu devia por esse episódio. E não era pouco.
Mas isso não é nada, é um exemplo ínfimo do que a Marcelle faz por mim.
Esse momento vai ser meio piegas, mas eu preciso dizer. 
O coração dela é tão bom que me faz perder o ar.
Amiga é pouco pra classificar o lugar da Marcelle no meu coraçãozinho.
A Marcelle não me acompanha nas minhas dores e alegrias, ela vive as minhas dores e minhas alegrias. Com uma intensidade que chega a doer só de pensar.

E, eu queria poder realizar todos os desejos da Marcelle, dos pequeninhos aos bem grandões. Então, ontem, eu cumpri um bem facinho e bem pequenininho: um lolo e um docinho de pote (ainda do aniversário da Melissa, minha sobrinha). Aproveitei e acrescentei um aviso de porta para dias de TPM, formando assim um kit TPM. :)




segunda-feira, 8 de outubro de 2012

E em cartaz na Minha Petite Maison:
Bonequinha de luxo
Boa Noite!

a primavera chegou

A primavera chegou na minha petite maison.

Chego em casa, depois do final de semana fora, e vejo que brotaram flores de gerbera e de lírio da paz.

Lindeza pura.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

De Paris, Nova York, inspirações e expirações

Um dia, eu fui pra Paris (já posso dizer Paris, je t'aime!)
Um dia, eu vou pra Nova York (quero dizer New York, I love you!)

Fazer um Paris versus New York aqui na minha petite maison.

Paris na petite maison

Nova York na petite maison




X  








Enquanto Nova York não está devidamente representado na minha petite maison, vou me inspirando no vídeo que Tony Miotto fez inspirado nas ilustrações de Vahram Muratvan (inspiração da inspiração). 

Pausa para divago: Agora, escrevendo inspiração da inspiração da inspiração...fiquei pensando na semelhança com inspiração, de respiração. Ops! Semelhança não! As palavras são iguais. E inspirar idéias é quase como inspirar o ar para alimentar nossos pulmões... Inspirar idéias para expirar criações.

Após a pausa filósofa de botequim, o vídeo:






sexta-feira, 28 de setembro de 2012

sem tic-tac

relógios cachette


Isso que é relógio bom! Sem tic-tac, só fofura!

furoshikis







Esse vídeo belíssimo foi produzido pelas irmãs Patricia e Priscila, da Flô di Pá,  para o lançamento da linha de furoshikis Furô di Pá, a primeira linha de furoshikis nacional. Para quem não sabe o que é um furoshiki, olha a explicação aí embaixo:








quinta-feira, 27 de setembro de 2012

de cachorro e novela

Ontem, no iniciozinho da noite, saí de casa, morrendo de frio e de tédio. Mas, como toda quarta, tenho um compromisso inadiável: minha sessão de análise. Estava lá, irritada por ter que sair da toca, e quando apertei o botão do elevador, ouvi um barulho no andar de baixo. Olhei pelo vão da escada e a vi. A Bia, minha amiga e vizinha (nessa ordem, pois ela era minha amiga antes de ser minha vizinha).

- psiu! (feio chamar alguém assim, né? mas eu fiz isso)
- oi! estava te mandando uma mensagem. que horas é o cachorro? (tinha mandado uma mensagem mais cedo pra ela, a convidando pra comer um cachorro- quente na minha casa)
- ah, chega na hora da novela!



Me senti tão "moça-do-lar"nesse momento. Diálogo com a vizinha no pé da escada, prometendo um cachorro-quente enquanto a novela estivesse passando na TV. Isso é minha petite maison. Nem parafraseando, mas copiando mesmo o Mc Donald's* : amo muito tudo isso. 

Depois disso, o frio nem pareceu tão frio assim. Não é aconchego demais? Comer cachorro-quente com a amiga e ver novela?




* O Mc Donald's forneceu involuntariamente os guardanapos desse lanche-fofura. Mas calma, eu não roubei não. É que outro dia comprei um Big Mac para viagem (para comer no conforto do meu lar) e exageraram nos guardanapos (coisa mais que rara, até me senti presenteada).

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Emanuele super-poderosa

Aqui no bairro tem um salão: o xanadu. Outro dia, carente de uma escova e de um esmalte, entrei e pedi socorro. Consegui um horário entre a auto-escola e a oficina de costura. Cheguei, meio esbaforida, meio frustrada  (deu pane no sistema do detran e não consegui assistir a aula porque minha digital não foi reconhecida). Cheguei pontualmente no horário marcado. Cheguei e a cabelereira ainda estava terminando um cabelo. Cheguei e a manicure olhou pra minha cara, mas resolveu começar a fazer a unha de uma senhora, que não estava marcada. E comentou que seria rápido. Logo pensei: ok, sem digital, sem unha feita, no problem.

A cabelereira logo desceu. Começou a lavar meus cabelos. Enquanto as unhas dela me machucavam, eu ouvia as outras manicures e cabelereiras fofocarem, falavam umas das outras, das clientes, até da sombra. Minha irritação com a manicure que desdenhou de mim me fez achar aquilo tudo o ó! Estava jurando pra mim que nunca mais colocaria os pés naquele salão. 

A escova estava sendo feita, a fofoca rolando solta, o veneno tomando conta de mim. ficava me prometendo que na hora que a manicure viesse me atender, eu iria dispensá-la com algum desaforo. Faltando uma mecha pra escova terminar, a manicure veio. Baixinha, com uma cara bem enfezada, arretada, ela sentou na minha frente e pegou minha mão com atitude. Minha decisão de dar um desaforo murchou. Não tive coragem. Me resignei. Tirei meu esmalte da bolsa, o verdinho das meninas super poderosas. Mas conversando comigo mesma,  jurei não voltar mais. 


Enquanto fazia minha unha, ela falava sem parar. Contava as aventuras da neta dela, a Emanuele. E gente, a Emanuele apronta. Com 14 anos, a menina dá volta em todo mundo, menos naquela avó arretada. Fui ficando cada vez mais interessada nas histórias da adolescente arteira. Por fim, a manicure me conquistou. Saí de lá achando aquele salão o máximo. Um pessoal descontraído, conversador. E saí não só decidida a voltar, mas ansiosa por isso.  Queria saber mais aventuras da Emanuele!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

brigadeiro de paçoca

tem um blog que eu adoro, o na minha panela.
é gostoso de ler, de ver e de saborear.
estava com vontade, há tempos, de fazer o brigadeiro de paçoca.
então, parei de lutar contra a minha vontade, fui pra cozinha e fiz!

é fácil, divertido e gostoso de fazer. e uma delícia de comer.
a receita original tá no link ali em cima.
mas vou postar como eu fiz.
de qualquer forma, não deixem de passar "na minha panela".


Ingredientes:
1 lata de leite condensado
3 paçocas esfareladas
8 quadradinhos de chocolate amargo (2 fileiras da embalagem de 170 gr.)
um cadinho de margarina

banho-maria






cumé que faz?
então, eu derreti o o chocolate em banho maria.
é muito fácil e sem mistério.
qualquer dúvida, pede socorro aqui.

Na mesma panela do chocolate derretido, coloquei o leite condensado e um pouco de manteiga (aproximadamente 3 colheres de chá) e misturei no fogo médio até que chegasse ao ponto do brigadeiro. Fiquei pensando em como explicar qual o ponto do brigadeiro e cheguei à conclusão que essa é uma questão quase existencial. Se for pra comer de colher, o ponto não faz muita diferença, depois que ferver, pode tirar do fogo. Mas se for pra enrolar, tem que tomar mais cuidado. Depois de ferver, eu continuo mexendo até que eu consiga ver o fundo da panela. Faço um teste inclinando um pouco a panela (com  muito cuidado, pois ela ainda está no fogo) e se o brigadeiro desprender todo da panela é porque está no ponto.

Após tirar do fogo, acrescentar as paçocas trituradas, mexer e colocar num prato. Eu sempre unto o prato com um pouquinho de margarina, para o brigadeiro não grudar no prato. Deixe esfriar para depois enrolar.

Coloque em um prato mais paçocas esfareladas (eu usei quatro, mas coloquei de duas em duas), unte a mão com um pouquinho (pouquinho mesmo) de margarina e comece a enrolar os doces e passar na paçoca.

Rendeu cerca de 22 doces, mas beeeeem grandes, do tamanho de um serenata de amor. Eu que adoro amendoim e paçoca, delirei. Ficou delícia!

Seis delas foram pra compor o presente da minha amiga Beatriz. Os outros foram devidamente divididos com meus sobrinhos Antonio e Mariana.







segunda-feira, 24 de setembro de 2012

com lola, com afeto


uma tarde
café coado na hora
ao fundo, uma música deliciosa
no canto, uma vitrola de outrora

foi no dia 25 de agosto, fui tomar um chá com lola. uma tarde mágica e deliciosa...de acalmar o coração. Para também passar uma tarde com lola, fica atento lá na fanpage, dá um curtir e corre pro abraço (com lola).